No mês dedicado à mulher, o Centro de Referência e Apoio à Vítima (CRAVI), programa da Secretaria da Justiça e Cidadania, em parceria com a secretaria estadual da Administração Penitência (SAP), realizou na terça-feira (13) palestra com o tema ”Compreender a violência Doméstica nos dias atuais”. O encontro aconteceu no Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário, localizado na Rua Dom José Maurício, Carandiru, capital.

O encontro teve como objetivo capacitar os servidores no atendimento, acolhimento e encaminhamento das mulheres vítimas de violência.

A psicóloga do CRAVI Priscila Martins D’Áuria falou sobre o convênio do CRAVI com o Tribunal de Justiça de São Paulo que possibilita atender, por telefone, vítimas de violência doméstica cujos autores passaram por audiências de custódia, a fim de relatar o resultado das audiências.

A palestrante apresentou o perfil das vítimas (idade, escolaridade, etnia), explicou o significado de audiências de custódia, a forma como são transmitidos, por telefone, os resultados dessas audiências para as vítimas – entre eles a aplicação de medida protetiva, a concessão de liberdade provisória e o afastamento do lar – e relataram casos de mulheres atendidas pelo programa.

“No primeiro momento é difícil porque não temos o contato físico. Temos que ter muita habilidade; saber ouvir”, contou. “Algumas não querem abandonar o lar, se preocupam com os agressores. Acham que a agressão é normal. Outras querem sair, mas não sabem como”, disse Priscila.

Segundo Priscila, foi criado um grupo com essas mulheres e o CRAVI disponibiliza um espaço para que elas possam se conhecer e trocar experiências. Os encontros acontecem toda quarta-feira.  

A palestrante informou aos presentes que o CRAVI também oferece atendimento público e gratuito a vítimas de crimes violentos como homicídio e latrocínio, incluindo no atendimento os familiares das vítimas. O programa acolhe as vítimas e oferece orientação jurídica, faz seu encaminhamento para a rede de serviços públicos ou as direcionam para tratamento no próprio centro ou nas instituições parceiras do programa, disponibilizando espaço sigiloso e acolhedor para apoiar, escutar e cuidar do sofrimento causado pela violência.

No evento, o defensor público Marcos Gomes relatou o trabalho da Defensoria Pública na defesa das mulheres vítimas de violência doméstica. A Lei Maria da Penha, que criou mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, também foi abordada.

A próxima capacitação ocorrerá no dia 20 de março, às 14h30, no mesmo local.

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

No dia Internacional da Mulher, 08 de março, o CRAVI capacitou servidores da secretaria Estadual da Saúde sobre o tema. O encontro aconteceu no Instituto Paulista de Geriatria e Gerontologia José Ermínio de Moraes. Para atender um maior número de funcionários foram realizadas duas palestras, nos períodos da manhã e da tarde.

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